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Chama olímpica Atenas Grécia 19 93 2020 cerimônia de entrega de chama olímpica no Estádio Panatenaico de Atenas., Grécia. Jogos Olímpicos de Verão Tóquio 2020 foto Markos Chouzouris COI |
Pela primeira vez, o Comitê Olímpico Internacional (COI) admite adiar
a Olimpíada de Tóquio (Japão) – marcada, até o momento, para começar
em 24 de julho – em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Neste domingo (22), em nota oficial publicada após uma reunião de
emergência do Conselho Executivo (por videoconferência), a entidade
anunciou que iniciará uma “detalhada discussão” com o Comitê Organizador
dos Jogos, autoridades japonesas, federações, detentores de direitos de
transmissão do evento e patrocinadores, e que espera chegar a um
consenso em, no máximo, quatro semanas.
“De um lado, há avanços significativos no Japão, onde as pessoas
estão recebendo calorosamente o fogo olímpico. Isso pode fortalecer a
confiança nos japoneses de que o COI pode, com certas restrições de
segurança, organizar os Jogos no país respeitando os princípios de
salvaguarda da saúde de todos os envolvidos. De outro, há um aumento
dramático no número de casos da covid-19 em diferentes países e
continentes. Isso nos levou a concluir que o COI precisa dar mais um
passo no planejamento de seu cenário”, relatou a nota.
Segundo o Comitê, há detalhes que precisam ser levados em conta na
decisão de um adiamento, como as reservas feitas em hotéis, a
necessidade de adaptar o calendário de pelo menos 33 modalidades
olímpicas. “Eu sei que essa situação sem precedentes deixa vocês
(atletas) com muitas questões. Também sei que essa abordagem racional,
talvez, não siga a linha das emoções que vocês estão passando. Nossa
base de informação, hoje, é que uma decisão definitiva sobre a data da
Olimpíada ainda seria prematura”, admitiu o presidente do COI, o alemão
Thomas Bach, em carta também publicada no site da entidade.
O dirigente reforçou que a força-tarefa que discutirá o futuro dos
Jogos terá participação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele ainda
descartou o cancelamento do evento. “Não resolveria o problema de
ninguém, nem está em nossa agenda. Cancelar a Olimpíada seria destruir o
sonho de 11 mil atletas de 206 países, da equipe olímpica de atletas
refugiados, de atletas paralímpicos, de técnicos, médicos, dirigentes,
parceiros de treino, familiares e amigos”, concluiu Bach, ex-esgrimista e
medalhista olímpico.
A mudança de postura do COI, que vinha mantendo o início dos Jogos na
data original, dá-se após uma semana de pressão de atletas e entidades
olímpicas pelo mundo pedindo o adiamento. O Comitê Olímpico do Brasil
(COB) foi um dos que se posicionou contrário à manutenção da abertura da
Olimpíada em julho deste ano.
Fonte: COI/COB